sábado, 11 de agosto de 2012

Diário Digital: Hábitos alimentares: O que comeremos daqui a 20 anos?

Projecções de especialistas indicam que o aumento populacional, dos preços dos alimentos e a limitação de disponibilidade de recursos vão mudar os hábitos alimentares humanos nas próximas décadas.

Alguns analistas calculam que o preço dos alimentos pode duplicar nos próximos cinco a sete anos, tornando alimentos hoje comuns, como carne, num artigo de luxo.

Algumas alternativas, embora estranhas à primeira vista, são apontadas como caminhos prováveis para resolver a procura por alimentos.

Insectos

O governo holandês já investiu um milhão de euros em pesquisa sobre como inserir insectos nas dietas dos seus cidadãos e preparar leis para regulamentar a sua criação.

Os insectos fornecem tanto valor nutricional quanto a carne de mamíferos, mas custam e poluem muito menos. Cerca de 1, 4 mil espécies poderiam ser consumidas pelo homem, compondo salsichas ou hambúrgueres.

Boa parte da humanidade já come insectos, especialmente na Ásia e África. Mas os mercados ocidentais devem resistir à ideia e vão ser necessárias grandes campanhas de marketing para tornar aceitável a ideia de incluir insectos como gafanhotos, formigas e lagartas nos menus.

Uso de som

Já é bem conhecida a influência que a aparência e o cheiro podem ter sobre o que comemos, mas uma área em expansão que pode render descobertas interessantes é a dos estudos sobre o efeito do som sobre o paladar.

Um estudo da Universidade de Oxford descobriu que é possível ajustar o gosto de determinados alimentos através da música que se ouve de fundo.

A música pode, por exemplo, fazer uma comida parecer mais doce do que ela é. Esse recurso pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar.

Outro exemplo: Sons graves de instrumentos de sopro de metal (como saxofones ou tubas) acentuariam o gosto amargo de alimentos.

As empresas podem passar a recomendar listas de músicas para melhorar a «experiência» do consumo dos seus produtos.

Carne de laboratório

Cientistas holandeses criaram carne em laboratório usando células estaminais de vaca e esperam desenvolver o primeiro «hambúrguer proveta» até ao fim de 2012.

A produção de carne artificial poderia trazer grandes benefícios para o ambiente, pela redução no número de cabeças de gado - grandes emissores de CO2 - e nas áreas de floresta desmatada para a criação de pastos. A carne de laboratório poderia ser manipulada para ter níveis mais saudáveis de gordura e nutrientes.

Os pesquisadores holandeses dizem que a meta é fazer a carne in vitro ter o mesmo gosto que a tradicional - coisa que ainda está longe de ter.

Algas

Elas podem alimentar homens e animais, oferecer uma alternativa em graves crises alimentares e ainda abrem mão do gasto de terra ou água potável para o seu cultivo.

Cientistas ainda apontam para o potencial de algas como fontes de biocombustíveis - o que reduziria a dependência dos combustíveis fósseis.

Alguns especialistas prevêem que explorações de algas poderiam tornar-se a mais promissora forma de agricultura intensiva. Elas já existem em países asiáticos como o Japão.

Como os insectos, elas poderiam ser introduzidas nas nossas dietas sem que soubéssemos. Cientistas na Grã-Bretanha estudam a substituição de sal marinho por algas em pães e outros alimentos industrializados.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=585204

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