terça-feira, 21 de agosto de 2012

Diário Digital: Deficiência de vitamina D vinculada a doenças graves em crianças

Uma exposição de 15 minutos ao sol, no período da manhã, é uma recomendação que nenhum pediatra dispensa. O cuidado é essencial para que haja a sintetização de vitamina D, relacionada com a absorção de cálcio e, portanto, para o fortalecimento dos ossos do bebé. A partir dos 30 dias de nascimento, ele já está pronto para sair de casa e dar uma voltinha pela rua ou mesmo no jardim.

Dois estudos que acabam de sair, realizados pela Harvard Medical School (EUA) e pelo Hospital Infantil de Ontário (EUA), mostram que crianças com deficiência em vitamina D são mais propensas a ficarem doentes e a passarem mais tempo internadas do que aquelas que apresentavam níveis normais do nutriente. Ambos os resultados serão publicados na edição de Setembro da revista Pediatrics.

Os investigadores de Havard avaliaram a quantidade de vitamina D em cerca de 500 crianças, entre 5 e 9 anos de idade, internadas na unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Infantil de Boston, durante um período de 12 meses. Eles descobriram que duas em cada cinco crianças (40%) sofriam de deficiência de vitamina D e que as taxas mais baixas eram relacionadas com a baixa de imunidade e a doenças mais graves.

No segundo estudo, os autores analisaram cerca de 300 crianças e adolescentes, entre 11 e 15 anos de idade, que deram entrada no Hospital de Ontário, gravemente doentes. Nesse grupo, quase 70% dos participantes eram deficientes em vitamina D e as taxas foram associadas com longas estadias na UTI e doenças mais graves. Em ambos os estudos, a deficiência de vitamina D mostrou-se mais comum do que tem sido relatada em crianças e adolescentes saudáveis.

Os padrões de consumo de vitamina D usados no estudo são recomendações da Academia Americana de Pediatria (AAP), que propõe a ingestão diária de 400 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia. Os estudiosos afirmam que ainda não está clara a ligação entre deficiência de vitamina D e crianças mais doentes, não sendo possível estabelecer uma relação de causa e efeito.

A deficiência da vitamina D causa raquitismo em crianças e osteopenia e osteoporose em adultos. Além disso, a cada dia surgem estudos apontando o papel dessa substância na prevenção de doenças, como insuficiência coronária e diabetes, por exemplo.

Segundo a U.S. Dietary Reference Intake (DRI), a ingestão de vitamina D deve obedecer a seguinte regra: crianças de 1 a 13 anos devem ingerir 10mcg por dia; homens de 13 a 50 anos devem consumir de 5 a 10 mcg/dia; homens de 51 a 70 devem consumir 15 mcg/dia; mulheres de 13 a 50 anos devem consumir 5 mcg/dia e mulheres de 51 a 70 anos, 10 mcg/dia.

Peixes como o atum, o arenque e a sardinha, gema de ovo, óleo de fígado de bacalhau, leite integral, manteiga e iogurte são boas fontes. «Esta vitamina está presente em alimentos gordos, por isso é bom tomar cuidado com as quantidades de consumo», afirma o nutricionista Roberto Navarro, da Associação Brasileira de Nutricionismo, de São Paulo.

A exposição ao sol é fundamental para que o organismo consiga aproveitar a vitamina D que se consome. Recomenda-se a exposição solar três vezes por semana por um período de 15 a 30 minutos, no caso dos adultos. O melhor período para isso é até as 10:00 e após as 16:00. Crianças devem passar, no máximo, dez minutos sob o sol e, até aos seis meses de idade, não devem usar protector solar porque a pele do bebé é demasiado sensível para receber esse tipo de produto.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=586373

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