domingo, 15 de abril de 2012

Jornal de Notícias: Governo proíbe fumo nos carros com crianças

O governo quer alargar a restrição de fumar em ambientes fechados, admitindo mesmo vir a proibi-lo totalmente, incluindo em veículos particulares quando transportem crianças.

A intenção foi revelada, esta quarta-feira, no Parlamento, pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, durante uma interpelação a pedido do PS, onde foi acusado de estar a tomar "medidas avulsas, exclusivamente numa ótica imediatista e de tesouraria".

A intenção de alargar a proibição de fumar em espaços fechados - justificada com a necessidade de reduzir a exposição ao fumo por parte de crianças e trabalhadores de locais onde hoje é permitido fumar, como cafés, restaurantes e casinos - foi apenas uma das medidas anunciadas pelo ministro no âmbito da revisão da lei do tabaco, prevista para este ano.

Macedo reafirmou a intenção de limitação progressiva dos locais de venda (esta semana já tinha sido noticiado que o Governo equaciona acabar com as máquinas de venda automática) e com "a exigência de serem colocadas advertências mais explícitas nas embalagens que mostrem e exemplifiquem as consequências do tabagismo na saúde" (as imagens-choque que já existem nalguns países). Reafirmou também que será apresentado "em breve" o projeto de lei que aumenta para os 18 anos a idade mínima para o consumo de bebidas alcoólicas.

A proibição de fumar nos automóveis que transportam crianças já é uma realidade na Finlândia e no Canadá e está a ser discutida no Reino Unido. Em Portugal foi recentemente defendida por um grupo de especialistas, que alertam para o facto de os habitáculos absorverem altos níveis de partículas cancerígenas, mas não é claro sobre como será feita a fiscalização. O ministro não explicou como tenciona fazê-lo, nem que coimas estão previstas.

O anúncio não mereceu atenção dos deputados, que concentraram a maioria das perguntas no anunciado encerramento da Maternidade Alfredo da Costa e nas consequências das políticas de ajustamento orçamental na saúde. Macedo garantiu que a qualidade dos cuidados não está comprometida, mas reafirmou que a sustentabilidade do SNS não está assegurada.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2414467
 

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