sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Diário Digital: Pais salvam bebé com tratamento descoberto na Internet

Um casal do País de Gales conseguiu a cura para o seu bebé, que sofria de uma malformação rara, após solicitar aos médicos que ele recebesse um tratamento descoberto por eles na Internet.

Criticado pelos médicos, o hábito de pesquisar informações sobre doenças no Google é tido como «fonte de preocupações desnecessárias», por causa do número de páginas que fornecem informações incompletas ou sem contexto sobre sintomas e procedimentos. Mas neste caso, os resultados de uma busca no Google salvaram a vida do bebé.

Lucy e Stuart Hay ouviram dos médicos que o seu filho Thomas, que ainda estava no útero, teria menos de 5% de probabilidades de sobreviver ao parto por causa de uma hérnia hiafragmática congénita - um «buraco» que se forma no diafragma e faz com que órgãos do abdómen como o intestino e o estômago se desloquem para o tórax.

A malformação ocorre em 1 a cada 3.000 gestações, aproximadamente, e impede o desenvolvimento dos pulmões, fazendo com que o bebé, na maioria das vezes, morra durante o parto.

Usando o Google, os pais de Thomas descobriram um procedimento chamado Oclusão Traqueal Fetoscópica, desenvolvido recentemente. Somente um cirurgião do King´s College Hospital, em Londres, realizava o procedimento em toda a Grã-Bretanha.

A cirurgia consiste em inserir um minúsculo balão na traqueia do bebé, impedindo a saída normal do líquido pulmonar. Dessa maneira o fluido acumula-se nos pulmões, que são forçados a crescer.

Por causa da operação, o bebé conseguiu desenvolver-se normalmente e agora, com um ano de idade, surpreende os médicos pela recuperação total.

Os pais descobriram a doença de Thomas durante um ultra-som de rotina aos cinco meses de gravidez, em Abril de 2011.

«A técnica estava concentrada na região do peito do bebé. O meu medo confirmou-se quando ela disse que o estômago e o fígado de Thomas estavam dentro da sua cavidade peitoral e que ele tinha um buraco no diafragma», disse Lucy.

O casal ouviu que o bebé tinha cerca de 50% de hipóteses de sobreviver e que tinha as opções de interromper a gravidez ou aguardar até ao nascimento, assumindo os riscos.

«Passamos horas a pesquisar online e encontramos esta cirurgia intra-uterina que ainda estava a ser testada pelos médicos. Não sabíamos muito sobre ela, mas iríamos arrepender-nos se não tentássemos.»

«A nossa consultora nunca tinha mencionado a cirurgia. Ela entendeu quando dissemos que queríamos tentar, mas não recomendou, por causa dos riscos envolvidos», relembrou a mãe.

Na primeira consulta com a equipa do King´s College Hospital, no entanto, o casal descobriu que o tamanho relativo do pulmão de Thomas tinha diminuído tanto que as suas hipóteses de sobreviver eram inferiores a 5%.

«Eles não conheciam nenhum bebé que tivesse sobrevivido com tantos problemas sem realizar o procedimento», afirmou Lucy.

A cirurgia laparoscópica no bebé durou 20 minutos. Através de uma incisão na barriga da mãe, que atravessou o útero e a placenta, uma câmara foi colocada na traqueia do bebé, pela boca. Depois, o balão foi inserido e inflado nos pulmões.

Lucy Hay permaneceu no hospital até ao nascimento de Thomas, de parto normal, em Agosto de 2011. Logo de seguida, o menino passou por uma nova cirurgia para retirar o seu estômago, fígado e intestino da caixa torácica e corrigir a malformação no diafragma.

Somente em Outubro, dois meses depois do parto, Lucy e Stuart puderam levar o seu filho para casa pela primeira vez.

Mesmo assim, ele passou por meses de tratamentos contra infecções pulmonares e dificuldades respiratórias. Somente agora, com um ano de idade, Thomas parece completamente recuperado.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=592520

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