sábado, 8 de dezembro de 2012

Diário Digital: Irritabilidade frequente em crianças é considerada doença

A Sociedade Americana de Psiquiatria aprovou este fim-de-semana uma revisão na classificação de algumas patologias mentais, que situa o autismo e as suas variantes numa única categoria e a forte irritabilidade das crianças como uma verdadeira doença, anunciou a associação no seu site na Internet.

«O nosso trabalho teve como objectivo definir de forma mais exacta as doenças mentais que têm um verdadeiro impacto na vida dos doentes, mas não ampliar o campo da Psiquiatria», destaca David Kupfer, que preside o grupo de trabalho para a revisão do manual, num comunicado publicado no site da American Psyquiatric Association (APA).

Esta é a primeira revisão desde 1994 do manual de referência para o diagnóstico de doenças mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) nos Estados Unidos e a quinta desde a sua criação.

A nova classificação reúne todas as variantes do autismo numa única categoria, chamada «distúrbios do espectro autista», e exclui a Síndrome de Asperger, que afecta crianças muito inteligentes, mas com grandes dificuldades de interacção social e que até agora era diagnosticada separadamente do autismo.

A dislexia também desaparece do manual, enquanto foram criadas novas categorias como a irritabilidade frequente e forte nas crianças, agora considerada uma doença mental.

O «stress pós-traumático» também foi incluído num novo capítulo sobre traumas e distúrbios ligados ao stress.

O distúrbio que consiste em comer compulsivamente agora também é reconhecido como uma patologia mental.

Esta última modificação é o resultado de um longo debate, geralmente árduo, entre psiquiatras, as fundações e organizações de pacientes, sobretudo no caso do autismo.

Alguns psiquiatras e organizações particulares temem, por exemplo, que esta nova classificação exclua muitas crianças com Síndrome de Asperger.

Os novos critérios, cujos detalhes serão divulgados quando o novo manual de diagnóstico psiquiátrico for publicado, em Maio de 2013, podem deixar alguns dos afectados sem acesso a programas de ajuda social, médica e escolar. De facto, para serem aplicados, os seguros e programas públicos baseiam-se na definição de doenças estabelecida pela APA.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=604972

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