sábado, 4 de maio de 2013

Público: Ementas de Verão: o que comer e o que evitar

A vida tem ritmos e tirar partido do melhor de cada estação é sinal de sabedoria.

A alimentação que devemos praticar durante  os meses do Verão e do calor não é de todo diferente daquela que devemos praticar o resto do ano. Acontece, porém que este período trás consigo várias particularidades que podemos e devemos considerar quando pensamos no que comemos.

Desde logo, a temperatura e a intensidade luminosa, que são mais elevadas. Este facto tem algum impacto no nosso organismo, quer nas necessidades hídricas quer mesmo no metabolismo e até no apetite. Não será demais recordar a este propósito a importância da vitamina D. Quanto às necessidades de água, devemos sempre assegurar que as satisfazemos sob pena de estarmos em constante estado de sub-hidratação. A satisfação destas necessidades deve ser feita sobretudo à custa de água e não de refrigerantes ou sumos de modo a não aumentarmos excessivamente a nossa ingestão energética e, por consequência, o peso. Pior ainda, hidratarmo-nos com bebidas alcoólicas acarreta inúmeros problemas desde o excesso de energia ao excesso de confiança, excesso este que tem nos acidentes rodoviários uma desnecessária confirmação.

Um aspecto positivo deste período é a maior abundância e diversidade de frutos e hortícolas disponíveis. Embora os modernos mecanismos de distribuição nos tragam até à porta alimentos das mais longínquas paragens deste planeta em qualquer altura do ano, a sazonalidade de alguns produtos de origem vegetal deve ser por nós explorada, aumentando assim a diversidade e a riqueza da nossa alimentação. Tal permite ainda contribuir para um planeta melhor, reduzindo o impacto negativo dos transportes e promovendo a produção local. Também alguns animais estão sujeitos a variações anuais na sua disponibilidade: entre estes, elegemos a sardinha como um dos mais interessantes, pela sua riqueza nutricional e custo (ainda) razoável.

Outros alimentos, embora disponíveis todo o ano, são mais consumidos no Verão. Talvez o exemplo mais marcante seja o dos gelados, um alimento que não associamos geralmente a óptimos efeitos na nossa saúde, sobretudo pelos teores de açúcar e gorduras. No entanto, existem no mercado alguns gelados com um valor energético perfeitamente enquadrável com uma alimentação e peso saudáveis (não só os de gelo mas também algumas variantes pobres em gordura de gelados mais convencionais); e mesmo os outros podem ter o seu lugar desde que consumidos com parcimónia.

Verão e praia são, no nosso país, expressões quase coincidentes. A alimentação que praticamos durante a nossa estadia na praia pode ser também um bom pretexto para equilibrarmos a nossa dieta. Não faltam, é claro, solicitações no sentido contrário (destacam-se as omnipresentes, incrivelmente gordurosas e tantas vezes irresistíveis bolas de berlim, apregoadas de forma incansável pelos vendedores ambulantes). No, entanto o recurso a refeições leves e equilibradas, como são exemplo as sanduíches diversas (de pão integral, sempre que possível), com tomate, alface, algum queijo, atum ou ovo, a fruta fresca e água (muita água) é simultaneamente agradável e adequado. Não esquecer que o tempo quente obriga a cuidados redobrados na conservação dos alimentos: desde a sua compra até ao consumo, devemos assegurar-nos de que a cadeia de frio não é interrompida para aqueles alimentos que dele necessitam. Uma intoxicação alimentar pode estragar umas férias e, em alguns casos, pode mesmo ser bastante perigosa (crianças, idosos, indivíduos com saúde mais frágil, sobretudo).

A expectativa da rentrée balnear e a consequente exposição dos corpos tem frequentemente como consequência o desejo de perder peso e de voltar a vestir aquelas roupas e fatos de banho de há uns anos, e quilos, atrás. Se sobre o uso de suplementos para perda de peso já aqui nos pronunciámos importa, ainda que de relance, referir a existência de algumas “dietas” de Verão de origem duvidosa e credibilidade científica nula, mas “já testadas” por celebridades nacionais e estrangeiras. Pela sua saúde, evite estas “dietas”: de modo algum garantem as perdas de peso milagrosas que apregoam e são, não raras vezes, francamente desequilibradas e potencialmente prejudiciais para a saúde.

Aproveite ainda o bom tempo para vir para o ar livre e fazer alguma actividade física. A vida tem ritmos e tirar partido do melhor de cada estação é sinal de sabedoria.

http://lifestyle.publico.pt/nutricao/319336_ementas-de-verao-o-que-comer-e-o-que-evitar

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