domingo, 29 de julho de 2012

Diário Digital: Como reduzir a fadiga visual após usar o computador

Passar muito tempo em frente ao computador pode prejudicar os olhos. A chamada «Síndrome da Visão de Computador» (CVS - Computer Vision Sindrome) é uma condição real com sintomas que os utilizadores já devem ter notado em algum ponto da sua vida: olhos vermelhos após uma longa sessão de jogos, sensação de que estão «secos», comichão, irritação e talvez uma sensibilidade mais elevada à luz.

Há várias formas de evitar o problema. A maioria delas é simples, exige só um pouco de tempo e quase nenhum dinheiro, embora existam meios mais sofisticados, e caros, de conciliar o tempo em frente ao PC e o bem-estar dos olhos. De qualquer forma, o esforço será recompensado.

O básico: iluminação

Até pode achar que a imagem do monitor parece mais nítida e agradável numa sala escura, mas na verdade está a forçar os olhos a «trabalhar o dobro» para perceber correctamente diferenças extremas de contraste. O mesmo acontece quando se coloca o monitor num lugar com muitos reflexos: não só a imagem fica horrível, como toda a luz reflectida prejudica a clareza da imagem e força os olhos a ajustar o foco com mais frequência.

Se estiver no escritório, não coloque o computador debaixo de uma lâmpada fluorescente. Este tipo de iluminação é uma das situações mais inóspitas com os quais os olhos podem lidar. O melhor é usar a luz natural em abundância, de preferência vinda de uma janela posicionada perpendicularmente ao ecrã. Até pode ficar tentado a colocar o monitor em frente a uma janela imensa para que possa apreciar um pouco da paisagem enquanto trabalha, mas todo o brilho vindo de fora pode cansar ainda mais os olhos.

Coloque o ecrã do seu computador perpendicular a uma janela para aproveitar a luz natural

Ao colocar o monitor de forma perpendicular a uma fonte de luz natural, procure o equilíbrio entre a iluminação e os reflexos, posicionando o monitor de forma que a luz não reflicta directamente nela. Tenha paciência, já que alguns minutos de ajuste agora irão economizar horas de agonia mais tarde. Cortinas e persianas podem ser de grande ajuda para controlar o nível de luz durante certas horas do dia.

Deverá suplementar esta iluminação natural com luz artificial para o período nocturno. Lâmpadas de tecto, mesmo as incandescentes, não são a melhor opção por causa do potencial para produzir reflexos. O ideal é usar algo que ilumine a mesa e o monitor de forma indirecta, evitando grandes diferenças de contraste. Um pequeno candeeiro entre a parede e o monitor, gerando uma iluminação difusa, é uma boa opção. Na hora de escolher a lâmpada, prefira modelos identificados como «luz natural» e de baixa potência.

Técnicas avançadas

Se quiser algo mais impressionante e eficiente que uma pequena lâmpada sobre a mesa, talvez deva informar-se sobre os sistemas de iluminação conhecidos como «bias lighting».

POderá não reconhecer o nome, mas já deve ter visto o conceito em uso em televisões de alta-definição da Philips da família «Ambilight». A ideia é simples: LEDs na traseira do monitor projectam luz colorida na parede, o que ajuda a reduzir os reflexos em ambientes pouco iluminados e faz com que a imagem pareça mais nítida.

Timothy Seppala, da Sound and Vision, descreve os benefícios da técnica em declaração ao site Ars Technica: «funciona porque fornece luz ambiente suficiente numa área para evitar que as pupilas dilatem demasiado. Isso reduz a fadiga quando há mudanças súbitas no brilho da imagem».

O problema é que já poucas combinações de aparelhos e software que permitem criar a combinação perfeita em um PC: luzes que mudam de acordo com a imagem que é exibida no monitor. As ideais são as Cyborg Gaming Lights, da Mad Catz, compostas por dois módulos com três LEDs cada (vermelho, verde e azul) que são capazes de reproduzir praticamente qualquer cor. Nos EUA, custam 100 dólares.

Cyborg Gaming Lights: LEDs podem produzir qualquer cor

Basta ligá-las a uma porta USB e à tomada, colocá-las atrás do monitor, apontadas para a parede e rodar um utilitário. Pode-se escolher uma cor para a luz, ou definir uma lenta transição entre uma série de cores. Também é possível programar as luzes para que reflictam a cor dominante do que está a ser exibido na tela, seja um jogo, um filme ou uma foto.

Outra alternativa para quem está a montar um PC é o Halo 6 LED Bias Lighting Kit, da Antec (13 dólares nos EUA), ou alternativas como a Ledberg ou Dioder. É uma faixa com seis LEDs brancos que deve ser fixada atrás do monitor. As luzes não mudam de cor como na solução da Mad Catz, mas traz benefícios similares gastando muito menos.

Além da luz

Outros truques que podem ser usados para reduzir a fadiga visual incluem o uso de aplicações para lembrar de fazer uma pausa para «descansar os olhos». Utilizadores do Chrome podem usar a extensão «Gimme a Break!», e fãs do Firefox têm como opção a Auto Timer. Para cada 20 minutos que se passa a olhar para a tela, bastam 20 segundos a olhar para algum outro lugar para «descansar» os olhos.

Mas há outras dicas de software: são grandes as hipóteses de que o monitor esteja com níveis de brilho e contraste bastante altos, já que vêm ajustados de fábrica desta forma para tornar as imagens mais atraentes. Infelizmente isso não é nada bom. A primeira medida é reduzir o brilho da tela. Depois, use o guia de calibração do site Lagom.nl para calibrar correctamente o monitor.

A «temperatura de cor» também pode afectar adversamente os olhos após longos períodos de tempo. O F.Lux é uma aplicação gratuita que ajusta automaticamente a temperatura de cor do monitor de acordo com o período do dia: mais «fria» (e portanto mais branca) de manhã, simulando a luz do sol, e mais «quente» (mais amarelada) no fim do dia, quando «não deveria estar a olhar para o sol», dizem os autores do programa. O programa usa a sua localização para calcular correctamente os horários no nascer e pôr do sol, e fazer as mudanças de acordo com a posição dele no céu.

F.lux: ajuste da temperatura de cor de acordo com o horário

Por fim, há óculos especiais para uso em frente ao computador, como os modelos produzidos pela Gunnar Optiks. A empresa afirma que os seus óculos reduzem reflexos e ajudam a manter os olhos lubrificados. Normalmente fazemos isso ao piscar as pálpebras, mas estudos mostram que temos tendência a piscar muito menos quando olhamos para uma tela. No entanto, demora um pouco a habituar-se ao tom amarelado das lentes.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=583333

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