segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ir trabalhar para o estrangeiro III

Este artigo é a terceira, e última, parte deste e deste artigo partilhados pela amiga e leitora Bárbara :)

É importante saber quais as leis ou simples regras do pais para onde vamos viver. Muitos países europeus não têm o mesmo sistema de saúde, por exemplo. Tem sistemas de saúde privados que, às vezes, são cobrados à parte e, quando pensamos que o nosso ordenado é, por exemplo, de €1.500 na realidade são €1.300. Outra questão pode ser simplesmente o não puderem aspirar aos domingos! Ou outras questões que pensamos que não existem. Por isso, neste ponto é sempre bom informarmo-nos junto das embaixadas ou participar em grupos ou fóruns de portugueses que estejam no país para o qual queremos ir.


Por fim, os amigos e a família que deixamos para trás. Quando decidimos embarcar numa nova aventura como esta, deixamos para trás o país, mas também aquilo que nos suporta quando temos um dia mau: a nossa família e os nossos amigos. E, por mais que sejamos fortes, estar fora significa estar longe da nossa área de conforto. Significa que todos os dias teremos de conhecer pessoas novas que não falam a nossa língua-mãe e com as quais vamos ter dificuldades em comunicar. Mesmo falando a língua do país na perfeição, há expressões do dia-a-dia muito diferentes, o sentido de humor é diferente (o que é engraçado para nós, pode ser ofensivo para outros) e, ao fim de pouco tempo, começamos a sentir falta de poder dizer uma piada parva e ser compreendida na totalidade, por exemplo. Se, por vezes, é complicado arranjar tempo para falarmos e estarmos com os amigos em Portugal, quando estamos fora esse tempo reduz-se. Quando chegamos do trabalho a primeira coisa em que pensamos é descansar! E, em Portugal, podemos sempre mandar uma mensagem e combinar um café numa esplanada. No entanto, quando estamos fora a tendência é agarrarmo-nos ao computador e esperar por um email ou por alguém que chegue a casa também para podermos pôr a conversa em dia. Só que, muitas vezes, os nossos amigos foram beber café (porque Portugal é um pais abençoado e na maioria dos dias há sol e podemos desfrutar do bom tempo!) e acabamos por ficar sós ao computador. E acreditem, nos dias mais difíceis a saudade aperta e é difícil não nos irmos abaixo.

Mas tudo isto compensa! Porque crescemos enquanto pessoas, porque nos tornamos mais fortes, porque aprendemos a lidar com a adversidade e com a mudança de outra forma, porque aprendemos o que é realmente importante, porque aprendemos a viver realmente cada dia e porque, acima de tudo, estamos a construir um futuro melhor para nós e para os nossos filhos. Vencer em Portugal é excelente, mas cada “batalha” que conseguimos vencer fora dá-nos uma auto-estima e confiança essenciais para o nosso crescimento.

Por isso, aconselho, a quem possa, que dê o salto, mas um salto pensado e estruturado!

Bons saltos! :)

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