domingo, 23 de setembro de 2012

Jornal i: Menores de cinco anos. Portugal é nono país com menor taxa de mortalidade infantil

Nos últimos 20 anos houve uma queda nas taxas de mortalidade nas crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Segundo os últimos dados estatísticos da Unicef, em 1990 o número global de mortes estimado era de 12 milhões e o ano passado o valor caiu, atingindo os 6,9 milhões. Portugal é o nono país com a taxa de mortalidade de crianças com idade inferior a cinco anos mais baixa do mundo. Em primeiro lugar está Singapura, seguida pela Eslovénia e Suécia.

O relatório de 2012 sobre os progressos relativos ao Compromisso pela Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada (Committing to Child Survival: A Promise Renewed) analisa as tendências das estimativas sobre mortalidade infantil desde 1990, e revela que se conseguiram reduções significativas nas taxas de mortalidade de crianças com idade inferior a cinco anos em todas as regiões. Esta análise traduziu-se numa diminuição acentuada do número estimado de mortes de crianças naquela faixa etária a nível mundial: uma queda de 42,5% de mortes, desde 1990 até 2011.

“O declínio global na mortalidade infantil é um sucesso significativo que é uma prova do trabalho e dedicação de muitos, incluindo governos, doadores, agências e famílias”, afirmou Anthony Lake, director executivo da Unicef, em comunicado. No entanto, lembra que “também há questões inacabadas”. “Milhões de crianças menores de cinco anos ainda morrem a cada ano de causas evitáveis, para as quais existem intervenções comprovadas e a preços acessíveis”, realçou. “Essas vidas poderiam ser salvas com vacinas, nutrição adequada e cuidados médicos e maternos básicos. O mundo tem a tecnologia e o know-how para isso. O desafio é torná-los disponíveis para cada criança.”

Contudo, de acordo com os dados lançados ontem pela Unicef e pelo Grupo Inter-Agências da ONU para a estimativa da mortalidade infantil, nem a região em que um país se insere nem o estatuto económico são necessariamente obstáculos à redução da mortalidade infantil. Por isso, países de baixos rendimentos como Bangladesh, Libéria e Ruanda; de rendimentos médios como o Brasil, a Mongólia e a Turquia; e países de rendimento elevado, categoria que inclui Omã e Portugal, conseguiram iguais progressos, baixando as suas taxas de mortalidade de crianças menores de cinco anos em mais de dois terços entre 1990 e 2011.

Causas de morte Além das estimativas sobre mortalidade infantil, o relatório inclui também análises sobre as principais causas de morte. De acordo com os dados, a pneumonia ocupa o primeiro lugar, sendo responsável por 18% das mortes; complicações decorrentes dos nascimentos prematuros está em segundo lugar, com 14%; depois a diarreia (11%); complicações relacionadas com o parto (9%); e malária (7%).

As mortes de crianças com menos de cinco anos concentram-se cada vez mais na África subsariana e no sul da Ásia, regiões onde ocorreram mais de 80% de todas as mortes nessa faixa etária em 2011.

Em média, uma em cada nove crianças na África subsariana morre antes dos cinco anos de idade. No entanto, mais de metade das mortes causadas por pneumonia e diarreia, que em conjunto são responsáveis por quase 30% destes óbitos, ocorrem em apenas cinco países: República Democrática do Congo, Índia, Nigéria, Paquistão e China. Sem tratamento, 50% das crianças infectadas pelo VIH morrem antes de completar os dois anos de idade. Em países da África subsariana com índices de prevalência do VIH elevados, a mortalidade associada ao VIH em crianças menores de cinco anos e registada em 2010 oscilou entre 10% em Moçambique e Zâmbia e 28% na África do Sul. Já cerca de 40% das mortes de crianças com menos de cinco anos ocorrem durante o período neonatal, ou seja, durante os primeiros 28 dias de vida. Em 2011 e ao nível global, três milhões de mortes ocorreram durante este período: África subsariana e sul da Ásia são as regiões que apresentam as taxas de mortalidade neonatal mais altas e o maior número anual de nascimentos.

“Uma Promessa Renovada” tem vindo a crescer. O movimento criado pela Unicef, agência presente em 190 países, para a sobrevivência infantil quer dar um novo impulso, redefinir prioridades e continuar a trabalhar com base nos progressos significativos das últimas duas décadas. Desde Junho, mais de metade dos governos mundiais subscreveram e renovaram o seu compromisso com a sobrevivência infantil. “É necessário intensificar esforços, especialmente em países muito populosos e com taxas de mortalidade elevadas. Além dos factores relacionados com os cuidados de saúde e nutrição, as melhorias noutras áreas – nomeadamente, na educação, acesso a água potável e saneamento adequado, alimentação adequada, protecção infantil e capacitação das mulheres – irão também reflectir-se na sobrevivência e desenvolvimento infantil”, sublinhou, em comunicado, a agência da ONU.

http://www.ionline.pt/portugal/menores-cinco-anos-portugal-nono-pais-menor-taxa-mortalidade-infantil

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