sábado, 12 de maio de 2012

Diário Digital: Estudo: Falta de exposição ao sol pode causar miopia

A exposição aos raios solares estimula a produção de dopamina, substância que evita que o olho cresça distorcendo o foco de luz no globo ocular.

Trocar actividades ao ar livre por estudos e brincadeiras em ambientes fechados explicaria porque nove entre dez jovens prestes a deixar a escola nas grandes cidades da Ásia são míopes, afirmam os autores de um estudo.

Nem factores genéticos, nem o aumento de actividades como a leitura e a escrita deveriam ser responsabilizados, sugerem os autores da pesquisa, mas apenas a falta de exposição ao sol.

Acredita-se que a exposição aos raios solares estimule a produção de dopamina, substância que evita que o olho cresça alongado, distorcendo o foco de luz que entra no globo ocular.

«Está bem claro que é a luz brilhante que estimula a libertação de dopamina que previne a miopia», explicou Ian Morgan, da Universidade Nacional Australiana, a respeito das descobertas, publicadas na revista médica The Lancet.

Por ora, o estudante médio de ensino básico de Singapura, onde nove em dez adultos são míopes, passa apenas 30 minutos ao ar livre todos os dias, enquanto na Austrália, onde a prevalência de miopia entre crianças de origem europeia é de cerca de 10%, os estudantes passam cerca de três horas em ambientes externos.

Na Grã-Bretanha, a proporção foi de 30% a 40% e em África, «virtualmente nenhum», numa faixa de 2% a 3%, segundo Morgan.

Mais do que os outros grupos, as crianças no leste da Ásia «basicamente vão à escola, onde não vão para um ambiente externo, vão para casa e não saem. Elas estudam e assistem à televisão», explicam os cientistas.

Os estudantes prestes a deixar a escola com mais incidência de miopia no mundo são encontrados em cidades de China, Taiwan, Hong Kong, Japão, Singapura e Coreia do Sul, onde de 80% a 90% são afectados. Destes, 10% a 20% sofriam de alta miopia, que pode causar cegueira.

«Grande parte do que vimos no leste da Ásia deve-se a condições ambientais e não genéticas», explicou Morgan, contrariando uma crença disseminada há 50 anos pelo senso comum.

Intercalando as descobertas de estudos de diferentes partes do globo, os cientistas reforçaram que ser um leitor voraz ou um «nerd» não coloca ninguém em risco imediato.

«Desde que façam actividades ao ar livre, não parece importar o quanto estudam», explicou Morgan.

«Há algumas crianças que estudam muito, vão para fora e brincam bastante, e geralmente ficam bem. Aquelas que correm o maior risco são as que estudam muito e não vão para fora», sublinhou.

Segundo o cientista, as crianças que passam de duas a três horas em ambientes externos por dia provavelmente estariam «razoavelmente seguras». Isto poderia incluir o tempo gasto durante brincadeiras em parques ou nas caminhadas de ida e volta da escola.

É preciso encontrar meios de fazer com que as crianças passem mais tempo expostas à luz do sol, sem comprometer as suas actividades escolares, explicou.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=571432

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