sexta-feira, 25 de maio de 2012

Diário Digital: Ressonar muito aumenta probabilidade de cancro, diz estudo

Pessoas que ressonam muito e sofrem de graves distúrbios respiratórios durante o sono têm uma probabilidade quase cinco vezes maior de morrer de cancro, segundo uma pesquisa americana.

Cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison acreditam que a relação pode ser explicada pelo fornecimento inadequado de oxigénio durante a noite nos pacientes com o problema.

Testes de laboratório já haviam mostrado que a interrupção intermitente da respiração leva a um crescimento mais acelerado de tumores, já que a falta de oxigénio estimula o crescimento de vasos sanguíneos que nutrem os tumores.

Os cientistas analisaram dados de mais de 1.500 pacientes que participaram de um estudo sobre Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono (DROS) ao longo de 22 anos.

A forma mais comum de DROS é a apneia obstrutiva do sono, na qual a respiração é bloqueada deixando a pessoa sem ar. Isso provoca o ronco e a interrupção do sono e o problema é geralmente associado a obesidade, diabetes, hipertensão, ataques cardíacos e AVC.

Os participantes do estudo nos Estados Unidos passaram por testes a cada quatro anos que incluíam análises de sono e respiração. Os resultados mostraram que a probabilidade de morte por cancro aumentava drasticamente de acordo com a gravidade do distúrbio.

Enquanto pacientes com uma forma leve de DROS tinham apenas 0,1 vez mais hipóteses de morrer de cancro que aqueles que não sofrem com o problema, nos pacientes com uma forma moderada de DROS a hipótese de morte por cancro duplicava. Já naqueles com distúrbios graves de respiração, o risco aumentava 4,8 vezes.

O estudo - apresentado na conferência internacional da American Thoracic Society, em San Francisco, e que será publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine - fez ajustes para levar em conta outros factores como idade, sexo, índice de massa corporal e tabaco, que poderiam influenciar o resultado.

«A consistência dos indícios das experiências com animais e deste novo estudo epidemiológico em humanos é muito convincente», disse o líder do estudo Javier Nieto, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin.

Agora, os cientistas querem ampliar os estudos sobre a questão e examinar a relação entre DROS, obesidade e mortalidade por cancro.

«Se a relação entre DROS e mortalidade por cancro for confirmada noutros estudos, o diagnóstico e tratamento de DROS em pacientes com cancro pode ser indicado para aumentar a esperança de vida.»

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=573877

Sem comentários:

Enviar um comentário