Os adolescentes portugueses são os que mais tomam o pequeno-almoço, mais fruta consomem e menos fumam. Os indicadores mostram que praticam pouco exercício físico e apresentam mais excesso de peso, de acordo com um estudo publicado esta quarta-feira.
O estudo internacional da Organização Mundial da Saúde inclui vários indicadores dos jovens adolescentes relativos a lesões, saúde oral, violência, relação com família, bem-estar ou amigos.
A coordenadora do estudo em Portugal, Margarida Gaspar de Matos, disse que "na maior parte dos indicadores de saúde, estamos numa posição média" e que alguns indicadores se destacam pela positiva, outros pela negativa.
Realçados pela questão do pequeno-almoço e do consumo de fruta, os portugueses estão em lugares cimeiros, relativamente aos jovens dos outros países.
Margarida Gaspar de Matos acrescentou que a "prática de atividade física é das mais baixas" e que as raparigas de 15 anos se destacam porque "têm dos piores indicadores de todos os países".
Outra questão que aparece no estudo é o aumento do excesso de peso e Portugal está acima da média, principalmente as meninas mais novas, de 11 anos, que estão em segundo lugar, com 20 %, depois das norte-americanas, com 30%.
O problema da obesidade e excesso de peso nos jovens tem tido a atenção dos especialistas, que alertam para o aumento dos casos em Portugal.
"Tanto a questão da prática de atividade física, como a alimentação saudável são dois focos de intervenção em termos políticos que temos de ter em atenção", defendeu a coordenadora do trabalho.
Ainda um factor a ter em atenção, é o facto de os adolescentes portugueses sofrerem de stress relativamente aos trabalhos da escola.
Os jovens portugueses são "dos que mais têm percepção de não serem bons alunos. Têm a ideia de que os professores não os acham competentes do ponto de vista escolar", explicou a especialista.
Portugal está abaixo da média europeia no consumo de tabaco e tem vindo a diminuir a sua incidência "de uma forma muito consistente" entre os jovens de 11 a 16 anos desde 2002.
Esta área é considerada por Margarida Gaspar de Matos "um dossier ganho", tal como o dossier da violência e da provocação em espaço escolar, relativamente ao qual Portugal estava "mal situado" e agora "está nos valores médios".
A especialista faz questão de referir que, "desde 2002, há vários indicadores seguros de que a saúde dos jovens tem vindo a melhorar".
O estudo sobre o comportamento na saúde das crianças e adolescentes, reuniu dados de 200 mil jovens de 40 países da Europa, Israel, Estados Unidos da América e Canadá.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2452295&page=-1
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