domingo, 13 de maio de 2012

Sol: Portugal é o 15.º melhor país para ser mãe

Portugal desceu um lugar no índice dos países melhores para ser mãe e ocupa agora a 15.ª posição, numa lista liderada pela Noruega e que fecha com o Níger, segundo o relatório anual da organização Save The Children.

Segundo o documento da organização não-governamental norte-americana, hoje divulgado, Portugal está atrás de países como a Eslovénia (13º) ou França (14.º) e à frente da Espanha (16.º), da Suíça (18.º) ou do Canadá (19.º).

Para estabelecer o índice, de 165 países, a organização avalia, a partir de números da ONU, factores educativos, económicos, de saúde e políticos, como a escolaridade e acesso ao trabalho das mães, a utilização de contraceptivos, a mortalidade infantil ou a duração da licença de maternidade.

Sobre Portugal, o relatório destaca por exemplo ser um dos países com «as melhores políticas» no que diz respeito ao direito das mães a ver reduzido o horário de trabalho enquanto amamentam, assim como uma taxa de utilização de contraceptivos superior a 80 por cento, ao nível de países como a Noruega.

De acordo com os dados, Portugal tem um risco de morte materna inferior ao da Noruega – 1/9.800 contra 1/7.600 -, mas uma licença de parto bem mais curta – 16 a 20 semanas contra 34 a 46 semanas – e níveis mais baixos de escolaridade, acesso dos filhos à educação primária ou participação política das mulheres.

Comparativamente a Espanha, Portugal apresenta melhores indicadores em aspectos como a utilização de contracepção (80 por cento contra 62 por cento) ou a mortalidade infantil (4/1.000 contra 5/1.000), mas Espanha tem um menor risco de mortalidade materna (1/11.400 contra 1/9.800) e uma maior escolaridade média das mulheres (17 anos contra 16).

Os 10 melhores países para ser mãe são a Noruega, Islândia, Suécia, Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Austrália, Bélgica, Irlanda e Holanda e Reino Unido, que partilham o décimo lugar.

Os últimos da lista são o Níger, o Afeganistão, Iémen, Guiné-Bissau, Mali, Eritreia, Chade, Sudão, Sudão do Sul e República Democrática do Congo.

Na Noruega, uma mulher estuda em média 18 anos, tem uma esperança média de vida de 82 anos, uma taxa de utilização de contraceptivos de 82 por cento e uma taxa de mortalidade infantil (até aos cinco anos) de três em cada mil nascimentos.

No Níger, a esperança de vida das mulheres é de 56 anos, a escolaridade média de quatro anos, a utilização de contraceptivos de cinco por cento e a taxa de mortalidade infantil de 143 para cada 1.000.

Segundo a organização, a subnutrição é a causa de pelo menos um quinto das mortes maternas e de mais de um terço das mortes de crianças até aos cinco anos.

No comunicado à imprensa que acompanha o relatório, a Save The Children apela aos líderes dos países mais ricos, que se reúnem dentro de duas semanas na Cimeira do G8 nos EUA, para que tomem decisões sobre políticas e programas que permitam combater a subnutrição e, dessa forma, garantir a sobrevivência de mães e bebés.

A organização cita estudos científicos segundo os quais medidas de apoio à amamentação podem salvar um milhão de crianças por ano e frisa que, nos países em desenvolvimento, especialmente naqueles sem acesso a água potável, a amamentação pode ser a diferença entre viver ou morrer.

O relatório, intitulado State of The World’s Mothers 2012 (Estado das Mães do Mundo 2012), foi divulgado hoje nos Estados Unidos, que celebram o Dia de Mãe no segundo domingo de Maio.

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=48864

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